Unidades de Conservação no Pantanal Mato-grossense: Impactos na Preservação Ambiental e no Desenvolvimento Socioeconômico
Resumo
R E S U M O
Este estudo investiga os impactos das Unidades de Conservação (UCs) no Pantanal de Mato Grosso, destacando sua contribuição para a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico sustentável. A pesquisa utilizou uma abordagem descritiva, analisando dados de dez municípios, diferenciando entre aqueles com e sem UCs. Foram avaliados indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB), arrecadação de tributos (ICMS Ecológico e ISSQN), uso do solo e dados sobre desmatamento e erosão. Os resultados mostram que as UCs promovem benefícios significativos, como a redução do desmatamento em 11%, evitando 50.659 toneladas de erosão e 345.514 toneladas de emissões de CO₂ anualmente. Esses fatores resultam em economia de custos ambientais e geração de receitas por meio de mercados de carbono. Além disso, os municípios com UCs apresentaram economias mais diversificadas, com maior participação do turismo sustentável e maior arrecadação de tributos relacionados às atividades de conservação. No entanto, os desafios incluem a necessidade de políticas públicas robustas para fortalecer a gestão e monitoramento dessas áreas, especialmente diante das pressões da agropecuária. Conclui-se que as UCs não apenas preservam ecossistemas, mas também impulsionam a economia regional, demonstrando a necessidade de maior integração entre conservação ambiental e estratégias de desenvolvimento regional.
Palavras-Chaves: Pantanal de Mato Grosso, Unidades de Conservação, Desenvolvimento Sustentável, Turismo Sustentável.
Protected Areas in the Pantanal of Mato Grosso: Impacts on Environmental Preservation and Socioeconomic Development
A B S T R A C T
This study investigates the impacts of Protected Areas (PAs) in the Pantanal of Mato Grosso, emphasizing their contributions to environmental preservation and sustainable socioeconomic development. A descriptive approach was used to analyze data from ten municipalities, distinguishing between those with and without PAs. Indicators such as Gross Domestic Product (GDP), tax revenues (Ecological ICMS and ISSQN), land use, and deforestation and erosion data were assessed. The results reveal that PAs provide significant benefits, including an 11% reduction in deforestation, preventing 50,659 tons of erosion and 345,514 tons of CO₂ emissions annually. These outcomes contribute to cost savings in environmental management and revenue generation through carbon markets. Additionally, municipalities with PAs displayed more diversified economies, greater engagement in sustainable tourism, and higher tax revenues from conservation-related activities. However, challenges persist, particularly the need for robust public policies to enhance management and monitoring of these areas amid agricultural pressures. It is concluded that PAs not only safeguard ecosystems but also drive regional economic growth, underscoring the necessity for greater integration of environmental conservation with regional development strategies.
Keywords: Pantanal of Mato Grosso, Conservation Units, Sustainable Development, Sustainable Tourism.
Palavras-chave
Texto completo:
PDF (Português)Referências
Alvarenga Júnior, M., Mendes, M. P., Costa, L. A. N., Medeiros, R., & Young, C. E. F. (2018). Carbono florestal. In C. E. F. Young & R. Medeiros (Orgs.), Quanto vale o verde: A importância econômica das unidades de conservação brasileiras (p. 180). Conservação Internacional.
Da Silva, C. J., & Moura, R. M. P. (2012). Avaliação Ecossistêmica do Milênio aplicada aos Sistemas das Baías Chacororé - Sinhá Mariana. In C. J. da Silva & J. Simoni (Orgs.), Água, biodiversidade e cultura do Pantanal: Estudos ecológicos e etnobiológicos no sistema de baías Chacororé - Sinhá Mariana (v. 1, pp. 220-252). Carlini e Caniato Editorial - Editora UNEMAT.
Da Silva, C. J., De Morais, M., De Menezes Buttaka, C. M., Oliveira, S. M. L., Lazaro, W. L., Dos Santos, C., & Da Silva Nunes, J. R. (2022). From the flood pulse concept to climate change, an analysis of the research on limnology in the Brazilian Pantanal wetland. Oecologia Australis, 26(2), 152-168.
Gurgel, H. C., Hargrave, J., França, F., Holmes, R. M., Ricarte, F. M., Dias, B. F., & Brito, M. C. W. D. (2009). Unidades de conservação e o falso dilema entre conservação e desenvolvimento. Regional, Urbano e Ambiental.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Cidades@. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: abril/2024.
Junk, W. J., Da Silva, C. J., Nunes da Cunha, C., & Wantzen, K. M. (Eds.). (2011). The Pantanal: Ecology, biodiversity and sustainable management of a large Neotropical seasonal wetland (857 p.). Pensoft Publishers.
MapBiomas. (2022). Coleção 8 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso da Terra do Brasil. Disponível em: https://plataforma.brasil.mapbiomas.org/. Acesso em: abril/2024.
Medeiros, R., & Young, C. E. F. (Eds.). (2011). Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: Relatório (120 p.). UNEP‐WCMC.
Mendes, F. E., Costa, L. A. N., Mendes, M. P., Medeiros, R., & Young, C. E. F. (2018). Recursos hídricos e solos. In C. E. F. Young & R. Medeiros (Orgs.), Quanto vale o verde: A importância econômica das unidades de conservação brasileiras (p. 180). Conservação Internacional.
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais. Ministério do Trabalho e Previdência Social - MTPS. (2022). Informações para o Sistema Público de Emprego e Renda – ISPER: Dados por Município. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/estatisticas-trabalho/rais/rais-2024. Acesso em: abril/2024.
SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente. (2022). Unidades de Conservação. Disponível em: http://www.sema.mt.gov.br/transparencia/index.php/gestao%20ambiental/unidades-de-conservacao. Acesso em: abril/2024.
SICONFI – Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro. (2023). Finanças Municipais. Disponível em: https://siconfi.tesouro.gov.br/siconfi/pages/public/consulta_Siconfi/Siconfi_list.jsf. Acesso em: abril/2024.
Silva, T. H. C., Rocha, R. F., Jordão, L. R., & Tárrega, M. C. V. B. (2024). Para além do papel: Estudo das unidades de conservação brasileiras. Interações (Campo Grande), 25(2), e2523911.
Spanholi, M. L., Young, C. E. F., & Videira, J. A. M. (2023). A importância do ICMS ecológico para os municípios de Mato Grosso. Novos Cadernos NAEA.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Revista Brasileira de Sensoriamento Remoto | ISSN: 2675-5491
