Variação temporal e espacial da cobertura de mangue (mangal) na Baia de Sofala (Moçambique)

Baptista Joao Boanha, Óscar José Madeira

Resumo


As florestas de mangais estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo, sendo responsáveis por grande parte da produtividade marinha e costeira, pela estabilidade da zona costeira e pela qualidade da água do mar. Embora seja reconhecida a importância destas florestas, nos últimos 50 anos, os mangais têm registado uma crescente perda. Nesta pesquisa, analisou-se a variação temporal e espacial da cobertura de mangais na Baía de Sofala, situada na zona centro de Moçambique. A pesquisa utilizou imagens dos satélites Landsat 5, 7 e 8 referentes aos anos de 1990 a 2020. A análise dos dados consistiu na classificação supervisionada das imagens, tendo em conta três categorias principais: mangal, não mangal e corpos de água. Foram designadas como mangais as áreas florestais situadas na transição entre o mar e a terra. Utilizou-se o ArcGIS 10.8 para o processamento dos dados. Os resultados da pesquisa demonstraram que, em 1990, a área coberta pelos mangais era de 20.174 ha, enquanto em 2020 era de 6.783,667 ha, correspondendo a uma redução de 66,37%, com uma perda anual de 6%. Concluiu-se que a cobertura dos mangais mudou consideravelmente durante os 30 anos de análise, sendo que nos últimos 5 anos ocorreu a maior perda de mangais.

Palavras-chave


Florestas de mangal, sensoriamento remoto, Variação temporal, Variação espacial

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Revista Brasileira de Sensoriamento Remoto | ISSN: 2675-5491

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